26.7.12

Preservação do barreiro da fábrica Jerónimo Pereira Campos

Apelo do Prof. Galopim de Carvalho pela preservação do barreiro da fábrica Jerónimo Pereira Campos:

"Estas argilas são sedimentos muito finos trazidos por via fluvial e acumulados numa área plana, próxima do mar, que caracterizou toda esta ...
região, no final da Era dos Répteis, mais precisamente, no topo do Cretácico, há cerca de 70 a 65 milhões de anos.

No seio destas argilas foram encontrados fósseis animais e vegetais, que nos permitem reconstituir uma paisagem tropical, alagadiça, onde, entre outros, viveram dinossáurios, crocodilos, tartarugas e peixes de grandes dimensões.(...)

O barreiro em causa é o único e último testemunho, na região, desse tempo antigo, imediatamente anterior à grande extinção que marcou o fim da Era Mesozóica e o começo dos tempos modernos, com grandes mudanças no clima, na flora e na fauna. (...)
Reafirmo o significado pedagógico e cultural deste património geológico e paleontológico que, para além desse nível de importância, acumula o grande significado que teve como fonte da matéria-prima que deu azo à edificação do belo imóvel fabril, com o qual se conjuga lógica e harmoniosamente. (…)
O barreiro, cuja desejável musealização se limita, praticamente, à limpeza do escarpado, a fim de evidenciar as camadas de argila,e ao ajardinamento e embelezamento do “lago” que ali se formou (em resultado da lavra), ainda ali se conserva, parcialmente oculto, mas intacto. Só falta vontade política de o transformar num pólo de atracção cultural e pedagógica associado ao magnífico Centro Cultural e de Congressos."

Prof. Galopim de Carvalho, Lisboa, 27 de Junho de 2012
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Barreiro nos anos 60 do século XX. Foto de Carlos Romariz
Foto do Prof. António Correia, obtida em 26 de Junho de 2012

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